Especialista orienta próximos passos
de gestão financeira após a negociação bem-sucedida das dívidas do negócio
O programa Desenrola
Pequenos Negócios registrou, até o último dia 2 de julho, um volume financeiro
renegociado de R$ 2.483.579.215. Ao todo, 69.635 contratos foram renegociados,
beneficiando 42.216 clientes. O balanço foi divulgado no dia 8 de julho pelo
Ministério do Empreendedorismo, Micro e Pequenas Empresas.
Segundo a pasta, o volume financeiro negociado registrou
“crescimento expressivo” ao longo de junho. No levantamento do dia 12 de junho,
o total renegociado era de R$ 1,25 bilhão. No dia 24 de junho, o
valor aumentou para R$ 1,68 bilhão. Nos últimos dias do mês, o total
renegociado chegou a R$ 2,48 bilhões – aumento de 70% desde o início do programa.
Dentre as regiões do
país, o Sudeste acumula maior volume negociado: R$ 1.043.097.842. Em seguida
estão Nordeste, com R$ 466.222.187; Sul, com R$ 340.383.388; Centro-Oeste, com
R$ 237.706.948; e Norte, com R$ 104.611.156.
Segundo Rafael Caribé,
CEO da Agilize Contabilidade Online, um programa como esse é muito importante
para dar alívio financeiro e também possibilitar o acesso ao crédito. “Qualquer
instituição financeira que trabalha com crédito avalia para quem está
emprestando o dinheiro. Se a empresa está com dívidas fiscais a avaliação cai e
das duas uma: ou não consegue o crédito, ou a taxa de juros será muito alta”,
lembra o CEO.
Caribé alerta ainda
que depois de passar por uma renegociação bem-sucedida que resultou na
eliminação ou redução significativa das dívidas, é essencial que o empreendedor
faça a gestão financeira ao considerar contrair um novo empréstimo ou qualquer
forma de financiamento. Algumas dicas do CEO da Agilize:
1 – Nunca pegue
dinheiro sem precisar. Antes de pegar um empréstimo, corte todos os custos que
puder. Em época de crise é importante ser prudente.
2 – Calcule sua
capacidade de pagamento. Certifique-se de que o negócio tem uma capacidade
realista de pagar o empréstimo dentro dos prazos acordados. Isso envolve não
apenas considerar o fluxo de caixa atual, mas também prever cenários adversos e
como o negócio poderia lidar com eles.
3 – Comparação de
opções de empréstimo. Não se limite a uma única opção de empréstimo. Compare
diferentes instituições financeiras, tipos de empréstimos (como linhas de
crédito, empréstimos com garantia, etc.) e condições (taxas de juros, prazos,
cláusulas de pagamento antecipado, etc.). Avalie a possibilidade de empréstimos
com garantia real. A taxa de juros tende a ser bem menor.
4 – Leia o contrato.
Compreenda completamente todos os termos e condições do empréstimo proposto.
Esteja atento a taxas ocultas, penalidades por pagamento antecipado, e outras
cláusulas que possam afetar negativamente suas finanças.
Além disso, ele diz
que é preciso organizar as finanças, quitar as dívidas que tem juros mais altos
e ser criativo para aumentar a receita:
“Não vai adiantar
pedir um empréstimo e continuar enrolado. Defina um cronograma de pagamento das
dívidas. Se está precisando de dinheiro para rodar o negócio (fluxo de caixa),
garanta que colocará o dinheiro somente no lugar necessário para fazer ter
retorno. Corte tudo que é supérfluo”, orienta.
Rafael Caribé ressalta
que o Brasil ainda tem muita gente que empreende por necessidade e nem todos
têm uma preparação adequada para gerir um negócio, principalmente a parte de
finanças.
“Um negócio sem gestão
vai quebrar. Tudo é uma questão de tempo. Todo negócio existe para gerar lucro.
Não importa se é MEI, pequena empresa, grande empresa. Se não gerar lucro vai
quebrar”, diz.
Para que isso não
aconteça, Caribé diz que terceirizar a gestão pode ajudar e muito o
empreendedor. A Agilize, por exemplo, possui uma gama de serviços que ajudam o
empresário.
“Temos contabilidade,
que ajuda na adesão desses planos como o Desenrola, além de fazer tudo que é
necessário para que a empresa esteja regular. Avisamos sobre impostos,
desenquadramentos de programas especiais e muito mais. Além disso, temos um
serviço de BPO financeiro ótimo para quem não entende tanto assim de finanças
ou simplesmente não quer perder tempo com isso”, afirma.
Quem empreende, sabe
que o endividamento pode ser uma consequência natural do crédito para a
construção ou ampliação de um negócio, e que isso deve ser calculado. O grande
problema é quando o empreendedor não consegue honrar a dívida e isso vai
virando uma bola de neve.
Daí a importância de
saber renegociar as dívidas, aproveitar iniciativas que facilitam as condições
para quitação e se organizar após o êxito nas negociações, seguindo conselhos
de especialistas e evitando repetir erros.