Dados do Banco Central apontam que a quantidade de contas de Pessoas Jurídicas passou de 3,4 milhões, em 2018, para 11,6 milhões, em 2023

Ter um conta bancária de pessoa jurídica (PJ) para administrar pequenos negócios oferece oportunidade de realizar uma gestão financeira mais eficiente, com mais controle e condições de análise da saúde da empresa. Dados do Banco Central (BC) apontam que a prática tem se tornado cada vez mais comum entre os empreendedores brasileiros. Nos últimos cinco anos, a quantidade de clientes ativos passou de 3,4 milhões, em 2018, para 11,6 milhões, em dezembro de 2023.

O coordenador de Orientação e Educação Financeira do Sebrae Nacional, Augusto Togni, explica que misturar as contas pessoais com as da empresa por complicar a gestão do negócio. “Pode proporcionar uma visão equivocada quanto à lucratividade e aos principais indicadores de desempenho financeiros”, alerta.

Ele acrescenta que uma conta PJ permite que o empreendedor faça um melhor planejamento financeiro com uso de ferramentas práticas e essenciais para a tomada de decisão. Como exemplo, Togni cita o fluxo de caixa, que permite construção de cenários futuros sobre a capacidade de pagamento.

“São as análises de entradas e saídas de recursos, que podem indicar aspectos de gestão favoráveis, ou medidas de gestão que deverão ser tomadas para equilibrar as finanças e garantir o resultado desejado”, analisa.

Outro benefício direto para quem tem conta PJ é ter acesso a crédito e financiamentos diferenciados, que poderão ser mais adequados ao momento empresarial e facilitar a gestão financeira e contábil do empreendimento.

Até agosto deste ano, o Brasil registrou a abertura de 2,8 milhões CNPJs de pequenos negócios, segundo levantamento feito pelo Sebrae a partir de dados da Receita Federal do Brasil. A maioria (78%) são microempreendedores individuais (MEI), considerados a principal porta de entrada para o empreendedorismo no país.

Sou MEI. Preciso ter uma conta PJ?

De acordo com o especialista do Sebrae Nacional, o microempreendedor individual não tem a obrigatoriedade de ter uma conta PJ, mas pode aproveitar os diversos benefícios que estão associados a essa opção.

“Ter uma conta PJ permite ao MEI saber se o negócio dele está dando certo e está ‘no azul’. Facilita a gestão de gastos, proporcionando mais agilidade nos controles contábeis”, Augusto Togni, coordenador de Orientação e Educação Financeira do Sebrae Nacional.

Confira abaixo quatro perguntas que o MEI deve se fazer antes de abrir um conta PJ:

  • O volume de transações e a movimentação da conta bancária será significativo, merecendo um controle mais atento sobre as entradas e saídas?
  • O custo das tarifas de manutenção da conta e os benefícios apresentados pelo banco são vantajosos?
  • Em caso de uma busca por crédito, a conta PJ poderá proporcionar taxas interessantes, carência e longo prazo de financiamento?
  • A documentação para abertura da conta PJ está em dia e será aceita para instituição bancária?

Togni afirma que é preciso ter atenção a essa série de questões que são relevantes para o MEI no ato de decidir se vale a pena ou não abrir uma conta PJ para o seu negócio.


Metade dos MEIs decidiu empreender após perda de emprego

Apps de gestão descomplica a vida dos microempresários e ajuda em tarefas do dia a dia, como

Mais da metade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) existentes no Brasil, viraram empreendedores por necessidade logo após perder o emprego, é o que apontou um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que existam mais de 15 milhões de MEIs no país atualmente.

A docente de Contabilidade da UNISUAM, Tania Ribeiro, destaca que essa situação se torna cada vez mais comum. O desemprego tem levado muitos brasileiros a recorrer ao empreendedorismo como alternativa de sustento. O Sebrae comprova e aponta que 94% dos empreendedores consideram seu negócio a principal fonte de renda. “Diante das dificuldades de encontrar um emprego formal, abrir um pequeno negócio surge como uma oportunidade descomplicada para garantir a subsistência”, afirma Tania.

Os pequenos negócios representam 95% do total de empresas abertas no país e equivalem a 30% do PIB nacional. Dados do Mapa das Empresas do Governo Federal revelam que, em agosto de 2024, foram abertas 374 mil empresas, entre MEIs, Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), indicando um crescimento de 1,81% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram abertas 367.339 microempresas.

Apesar do crescimento, empreender continua sendo um desafio. Não é à toa que muitos desses negócios fecham as portas nos primeiros cinco anos. E são os MEIs, que têm a maior taxa de mortalidade entre os pequenos negócios, chegando a 29%.

Embora a legislação, que criou o MEI exista há 15 anos, seja considerada descomplicada, muitos desses empreendedores ainda enfrentam dificuldades com obrigações fiscais. “Isso revela o despreparo de quem empreende”, diz Tania. Além disso, os MEIs enfrentam barreiras para acessar linhas de crédito com condições adequadas, seja pela falta de garantias ou pelo desconhecimento dos programas de microcrédito disponíveis.

Para superar essas dificuldades, a docente da UNISUAM recomenda a busca por cursos e capacitações que ajudem na gestão do fluxo de caixa, planejamento financeiro e precificação de produtos/serviços. “Abrir uma conta bancária separada para a empresa e manter um controle mínimo ajuda a evitar confusões entre dinheiro pessoal e do negócio. Investir em cursos de empreendedorismo, marketing digital e vendas pode ajudar o MEI a desenvolver habilidades essenciais para crescer no mercado”, aconselha Tania. Segundo ela, a utilização de aplicativos também é uma alternativa interessante, auxiliando na gestão financeira, emissão de notas fiscais eletrônicas e controle de estoque, por exemplo.

Mayla de Freitas Rufino, criadora da Suculentinha, empresa especializada em enxoval de bebê, diz que o uso do Jarbas App tem transformado sua empresa. “Consegui trazer grandes melhorias, principalmente ao centralizar meus atendimentos ao cliente pelo WhatsApp e Instagram. A organização de pedidos, o catálogo de produtos e o acompanhamento financeiro melhoraram muito”, afirma a empreendedora.

O Jarbas faz parte do Grupo Wevy e foi desenvolvido para atender às necessidades dos microempreendedores, ajudando na gestão do negócio enquanto vendem online. “A vinda do Jarbas para o grupo agrega mais um importante serviço ao grupo, pautado no aumento da eficiência, produtividade e segurança, atuando de ponta a ponta na oferta de produtos de crédito”, diz Tiago Garbim, CEO da Wevy.

Uma pesquisa realizada com usuários do Jarbas no primeiro semestre deste ano revelou que a função mais utilizada é o controle de estoque, seguida do controle de pedidos. O setor de serviços, especialmente relacionado a cosméticos, é o mais recorrente entre os MEIs, segundo o Sebrae e também o que mais acessa o Jarbas.