
Por José César da
Costa,
presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
Governo federal têm ressaltado a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Nas últimas semanas, o presidente Lula e o governo federal têm
ressaltado a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico
do Brasil. Em uma reunião ministerial, o presidente declarou: “É importante que
compreendamos que o povo com quem estamos trabalhando hoje não busca apenas
empregos formais nas fábricas. É um povo que gosta de ser empreendedor.” Essa
afirmação reflete uma nova visão sobre a força laboral brasileira, que valoriza
cada vez mais a criação de negócios próprios.
O empreendedorismo tem se mostrado um instrumento
essencial de inclusão social e um pilar para o desenvolvimento do país. Dados
do Sebrae indicam que 94% dos microempreendedores individuais (MEI) têm na
atividade empreendedora sua única ou principal fonte de renda. Esse cenário é
ainda mais significativo para mulheres que se tornam mães, muitas das quais
encontram no empreendedorismo uma saída viável para lidar com a dupla jornada
de criação e sustento de suas famílias.
A importância das micro e pequenas empresas (MPEs) é inegável,
contribuindo com mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O
Brasil conta com 6,4 milhões de estabelecimentos, dos quais 99% são micros e
pequenas empresas. Essas empresas são responsáveis por 52% das vagas com
carteira assinada no setor privado, evidenciando sua relevância na geração de
empregos.
Contudo, o ambiente de negócios no Brasil apresenta diversos desafios. A
burocracia excessiva complica a abertura e a manutenção de novos
empreendimentos. O acesso ao crédito é limitado, com condições financeiras
muitas vezes desfavoráveis. Adicionalmente, há uma lacuna na educação
empreendedora que necessita ser preenchida com programas voltados para o
desenvolvimento de habilidades de gestão e inovação.
Iniciativas governamentais e privadas, como o Programa Mulher
Empreendedora do Sebrae, são cruciais para oferecer suporte específico às
mulheres empreendedoras. Programas como o Finep e o Start-Up Brasil também
desempenham um papel vital, incentivando a inovação e o uso de tecnologias produtivas
mais limpas e sustentáveis.
Para que o empreendedorismo continue impulsionando o Brasil, é
necessário que o poder público adote políticas de apoio eficazes. Isso inclui a
simplificação do sistema tributário para facilitar a vida das MPEs, a expansão
de programas de microcrédito com condições mais acessíveis e a oferta de cursos
de capacitação focados em gestão e inovação.
A nova realidade do povo brasileiro, que o presidente reconhece, busca
não apenas a sobrevivência econômica, mas também a realização de sonhos com
liberdade e independência. Com o suporte adequado, os empreendedores
brasileiros podem ser ainda mais efetivos na construção de um país próspero e
inclusivo.
Sim, senhor Presidente, somos um povo que gosta de ser empreendedor. E
com políticas públicas alinhadas a essa vocação, poderemos consolidar um setor
de comércio e serviços nacional forte, gerando mais empregos e oportunidades
para todos os brasileiros.
*José Cesar da
Costa é Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas