Principal data para o comércio on-line local, a Black Friday
deste ano foi a segunda pior da história do evento, que ocorre no país desde
2010. Por outro lado, executivos do setor destacam um cenário de margens
melhores, o que pode indicar uma Black mais rentável para algumas empresas.
De qualquer forma, a situação obriga os grupos a buscar ações para
acelerar o volume de vendas no Natal, na tentativa de fechar o último bimestre
numa situação melhor que a atual.
Entre quinta-feira (23) e sábado (25) foram R$ 4,5 bilhões em
vendas, recuo de 14,4% em relação ao ano anterior, segundo dados da Confi.Neotrust,
em parceria com a ClearSale. Segundo outro levantamento, da NielsenIQ Ebit, o
setor faturou 13% menos na sexta-feira, até o início da noite, frente a 2022.
A receita foi afetada pela redução no volume de pedidos no
período (15,5%). Além disso, a discreta alta no tíquete médio (1,3%) não
conseguiu compensar a menor quantidade de compras, informam Confi.Neotrust e
ClearSale.
O resultado refletiu o fraco desempenho de celulares,
eletrodomésticos e informática, categorias altamente dependentes de crédito,
mais caro no Brasil pelo aumento dos juros após 2021, e com valores de produtos
elevados. O endividamento ainda alto das famílias e a existência de ofertas
menos agressivas na data, por conta de decisões estratégicas das redes,
desestimularam as vendas em categorias de altos valores, que historicamente
“puxam” os indicadores no evento.
Em outra frente, cosméticos, alimentos e bebidas e moda
cresceram 26,7%, 6% e 7%, respectivamente, na quinta e sexta-feira, frente o
ano anterior, segundo a NielsenIQ Ebit. Há sinais de que grandes marketplaces
estrangeiros, de tíquetes mais baixos e altamente promocionais, tiveram alta
nas vendas.
Até hoje, o pior desempenho da Black Friday ocorreu em 2022, com
queda entre 23% e 34%, a depender do levantamento. Os números das empresas de
pesquisa não consideram vendas em lojas físicas.
Fonte: Adriana Mattos, para o Valor