Cartão de crédito, contas de água e luz são os principais compromissos
financeiros em atraso. Internet e telefone são prioridade na hora de pagar as
contas.
De acordo com os entrevistados, as contas que estão com o pagamento em
atraso são: cartão de crédito (16%), conta de água e luz (12%), cheque especial
(10%), crediário (10%) e empréstimo em banco ou financeira (9%).
Já entre os que estão com o pagamento em atraso e foram negativados as
contas em atraso são: cartão de crédito (27%), empréstimo em banco ou
financeira (18%), crediário (15%), de água e/ou luz (11%) e o cheque especial
(10%).
“Nos últimos meses tivemos no país um aumento no número de pessoas que
retornaram ao mercado de trabalho e com isso voltaram a ter acesso ao crédito,
mas a renda do brasileiro ainda é fortemente impactada pela inflação. Dessa
forma, o orçamento mensal fica comprometido sem que se tenha uma reserva de
emergência”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
A falta de organização financeira, impulsionada por fatores emocionais,
também influencia o cenário, uma vez que entre os que ficaram inadimplentes por
descontrole do orçamento, 37% atribuem a tomada de crédito, pois dizem que
queriam muito comprar algo e se esperassem sobrar dinheiro iria demorar muito,
30% não negociaram bem no momento da compra, 30% aproveitaram uma promoção sem
avaliar o orçamento, 22% estavam tristes e acabaram comprando para se sentirem
melhor e 22% estavam com baixa autoestima. 64% afirmam ter buscado ajuda para
conseguir controlar suas finanças.
Além disso, nos últimos 3 meses anteriores à pesquisa, 45% adquiriram
algo que sabiam que seria difícil de pagar, 37% fizeram compras sem considerar
se conseguiriam ou não e 26% realizaram alguma compra sabendo que não
conseguiriam pagar. Já 49% pegaram dinheiro emprestado nos últimos 12 meses,
sem considerar as taxas que teriam que pagar.
Internet,
telefone, água e luz são as principais contas com pagamento em dia
Em relação à prioridade no pagamento, os consumidores entrevistados
admitem que os principais compromissos financeiros com o pagamento em dia são
as contas de internet (66%), telefone (60%), água e luz (57%), TV por
assinatura (50%), cartão de crédito (41%) e plano de saúde (41%).
Já os principais itens comprados no crédito sem pagamento foram:
supermercado (42%), roupas, calçados e acessórios (35%), remédios (30%),
eletrodomésticos (24%), eletrônicos (22%) e celular (22%).
“Os smartphones representaram uma transformação digital para os
consumidores que têm nas mãos uma ferramenta de acesso à inúmeras publicidades
que incentivam o consumo. Ter como prioridade o pagamento das contas de
internet e celular mostra o poder e a importância dessas ferramentas na vida da
população. O consumidor precisa ficar atento para não ceder aos impulsos de
consumo online diante de tanta oferta de produtos, serviços e entretenimento”,
afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Para
84% dos inadimplentes, quitar dívidas vai comprometer o pagamento de contas
básicas como água e luz
Oito em cada dez inadimplentes (82%) afirmam que tem condições de pagar
as dívidas nos próximos três meses, sendo que 49% pretendem quitar as
pendências integralmente e 25% parcialmente. Por outro lado, 8% não têm
condições de pagar suas dívidas nesse período.
As dívidas apresentam valor médio de R$ 4.748, sendo que 21% possuem
dívidas entre R$ 2.500 e R$ 7.500 e 14% entre R$ 500 e R$ 1.000.
Chama a atenção que se 84% dos entrevistados quitassem todas as dívidas
atrasadas, o pagamento das suas contas básicas como água, luz, telefone,
alimentos e aluguel (se houver) estaria comprometido, seja totalmente (44%) ou
parcialmente (39%).
Um quarto dos entrevistados (26%) afirmam ainda que as dívidas em atraso
representam entre 25% e metade da sua renda mensal, enquanto 21% afirmam que
representam entre metade e 75%.
Considerando aqueles que pretendem quitar total ou integralmente
suas dívidas nos próximos três meses, 34% vão fazer cortes no orçamento
para economizar, 28% pretendem fazer um acordo com o credor parcelando o valor,
28% vão fazer algum tipo de bico para gerar renda extra e 21% vai utilizar
dinheiro extra de comissões, férias etc.
Aqueles que têm intenção de economizar para quitar suas dívidas
devem cortar gastos principalmente com alimentação fora de casa e delivery
(52%), vestuário e calçados (46%), lazer (46%), produtos de beleza (33%) e
salão de beleza (32%).
Com relação às maiores dificuldades para quitar as dívidas atrasadas, 21%
citam o fato de não ter de onde tirar dinheiro, 19% a queda de renda, 19% ter
que deixar de comprar coisas básicas ao seu sustento e da família e 14% o
desemprego. 63% desenvolveram um plano para pagar as dívidas e não conseguiram
cumprir.
Perguntados sobre as consequências do não pagamento das dívidas, os
entrevistados destacaram a negativação do nome (52%), o pagamento de taxas de
juros mais altas (35%), a perda de crédito em lojas e bancos (32%) e a cobrança
frequente por parte dos credores (29%).
76%
tentaram negociar as dívidas, nove em cada dez receberam cobrança
Apesar da dificuldade em pagar as dívidas e manter as contas em dia,
76% dos entrevistados tentaram negociar sua dívida, sendo que 31% fizeram a
negociação através do telefone, 24% do WhatsApp, 23% pessoalmente na empresa
credora, 23% pelo site ou aplicativo da empresa credora e 21% através do
Programa Desenrola Brasil. Por outro lado, 18% não tentaram negociar.
Oito em cada dez consumidores 88% se prepararam para a negociação,
principalmente procurando informações sobre as formas de pagamento da dívida
(34%), pesquisando o valor da dívida atual com juros e multas (30%) e revisando
o orçamento para calcular as reais condições de pagamento (28%).
Em média, os consumidores inadimplentes tentaram negociar a dívida antes
de pagá-la por 2 vezes.
De acordo com o levantamento, entre aqueles que tentaram negociar a
dívida antes de pagá-la, 74% fizeram uma contraproposta, sendo que 32%
sugeriram um número de parcelas diferente dos propostos, 29% sugeriram prazos
de pagamento diferentes dos propostos e 26% sugeriram valores diferentes dos
propostos. Já 26% não fizeram contraproposta.
A pesquisa aponta ainda que 90% dos entrevistados têm recebido cobrança
para o pagamento das dívidas em atraso por parte dos credores, principalmente
por e-mail (36%), SMS (32%), WhatsApp (30%) e mensagens gravadas ou conversas
pelo telefone (25%). Apenas 8% não receberam nenhuma cobrança.
Os que foram cobrados, afirmaram que se sentiram constrangidos (35%),
chateados (33%), pressionados (30%), angustiados (25%) e tristes (25%).
Metodologia
Público-alvo: Consumidores
com contas em atraso há mais de 3 meses, de todas as capitais brasileiras,
homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes
econômicas.
Método
de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada por sexo, idade,
estado, renda e escolaridade.
Tamanho
amostral da Pesquisa: 624 casos, gerando uma margem de erro no geral de 3,92 p. p. para
um intervalo de confiança a 95%.
Data
de coleta dos dados: 18 a 27 de março de 2024.
Sobre
a CNDL – Criada em 1960, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) é
formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs),
Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem,
entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede
representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento
da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil
empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6
milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
SPC
Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais
completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de
pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para
apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital
e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados
para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao
crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o
comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros,
contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.
Sobre
a Offerwise – Há mais de 16 anos que a Offerwise vem abordando de maneiras
inovadoras a pesquisa de mercado. Com um modelo único e próprio de recrutamento
tem conseguido construir um dos principais painéis de pesquisa no mundo,
evoluindo para uma empresa robusta de campo online com uso de tecnologia
avançada. Detém o maior e mais representativo painel da América Latina e
Hispânico nos EUA. Os escritórios ao redor do mundo estão compostos por
profissionais de pesquisa de mercado que conhecem e compreendem suas culturas
locais e também os consumidores que se deseja alcançar.