O número de inadimplentes no país teve um pequeno aumento em
novembro de 2023, e atinge 66,57 milhões de brasileiros. O Indicador realizado
pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil
(Serviço de Proteção ao Crédito) aponta que quatro em cada dez brasileiros
adultos (40,65%) estavam negativados em novembro deste ano, quando o volume de
consumidores com contas atrasadas cresceu 3,55% em relação ao mesmo período de
2022.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem
informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do
Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual
observada em novembro deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na
passagem de outubro para novembro, o número de devedores cresceu 0,54%.
“O pequeno aumento pode ser um reflexo dos juros altos do país
que só começaram a cair no terceiro trimestre deste ano e que ainda impactam
diretamente no consumo e no bolso dos consumidores. Com a entrada do 13º
salário e a prorrogação do programa Desenrola a expectativa é de que a gente
siga com a tendência de queda do endividamento das famílias”, destaca o
presidente da CNDL, José César da Costa.
O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de
inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos (23,75%).
O número de devedores com participação mais expressiva em novembro
está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,75%). São 16,54 milhões de pessoas
registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, quase metade
(48,54%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação
dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,13% mulheres e 48,87%
homens.
Maior parte das dívidas é com bancos
Em novembro de 2023, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.374,45 na
soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para
2,09 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Os dados ainda mostram que cerca de três em cada dez
consumidores (30,49%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a
44,40% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Em novembro de 2023, o número de dívidas em atraso no Brasil
teve crescimento de 8,42% em relação ao mesmo período de 2022. O dado observado
em novembro deste ano ficou abaixo da variação anual registrada no mês
anterior. Na passagem de outubro para novembro, o número de dívidas apresentou
alta de 0,42%.
Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor,
destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de
12,01%, seguido de Água e Luz (11,78%). Em outra direção, as dívidas com o
setor credor de Comunicação (‐12,89%) e Comércio (‐1,38%) apresentaram queda no
total de dívidas em atraso.
“Apesar do pequeno aumento em novembro, observamos queda nas
dívidas com alguns seguimentos como o Comércio, por exemplo. O indicador vinha
no segundo semestre mês a mês apresentando queda no número de inadimplentes. E
a expectativa é de que essa tendência se mantenha”, aponta o presidente do SPC
Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior
parte das dívidas é o de Bancos, com 63,92% do total. Na sequência, aparece
Comércio (11,33%), o setor de Água e Luz com 11,28% e Outros com 7,15% do total
de dívidas.
Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a
relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído
vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um
devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse
consumidor tem apenas uma dívida.