Quando uma marca cultiva uma comunidade onde os membros se sentem
valorizados e ouvidos, a confiança aumenta, o que gera mais engajamento
As marcas sempre desejaram ser amadas pelos seus consumidores. E neste
desafio de conquistar a confiança, a credibilidade e o coração das pessoas, as
comunidades se tornam um pilar de grande importância na construção de conexões
genuínas. Isso implica em entrar no mundo do consumidor, entender o que ele
está passando, o que realmente deseja. É um exercício de empatia, que busca
fomentar o relacionamento e a lealdade.
Quando uma marca cultiva uma comunidade onde os membros se sentem
valorizados e ouvidos, a confiança aumenta, o que gera mais engajamento. Nesses
espaços, as pessoas têm afinidades em comum e se sentem como parte de um
projeto maior, onde a troca de informações e experiências é natural.
Acredito em quatro grandes propósitos para a criação de comunidades:
Inovação
Você cria comunidades com clientes e não clientes da marca, que ajudam a
empresa a vislumbrar o futuro a partir da voz do consumidor;
Customer
Insights
As comunidades se tornam espaços para a realização de testes sobre produtos,
soluções e experiências. É um ambiente de experimentação, que traz a voz do
cliente para o centro das decisões da empresa;
Relacionamento
Por meio de diálogos, desafios e gamificação, por exemplo, você estimula a
diversão e o aprendizado. Cria-se um senso de pertencimento. A integração de
gamificação e inteligência artificial em plataformas de comunidades permite
melhorar o engajamento do cliente, incentivando os usuários a compartilharem
suas experiências e opiniões sobre produtos e serviços. O conceito de ‘prova social’
está no centro dessa integração. Ao incentivar os clientes a compartilharem
suas experiências e opiniões, as plataformas de comunidade criam uma
inteligência coletiva, onde as avaliações e recomendações têm influência
significativa. Essa abordagem é especialmente eficaz porque alavanca a
confiança e a credibilidade inerentes aos conteúdos gerados pelos usuários, ao
mesmo tempo em que a IA usa esses dados para oferecer recomendações e
experiências personalizadas;
Branding
As comunidades devem fazer parte do DNA das marcas. Nos Estados Unidos, esse
movimento é muito forte: as comunidades fazem parte da cultura, e temos os
grupos do bairro, do parque, das aulas de yoga, das mães e pais da escola etc.
E nesse contexto, as empresas entenderam a oportunidade de se inserirem nas
comunidades, ou criarem outras aproximando clientes, pessoas com afinidades e
interesses em comum, para troca de conhecimento e validação social, afinal um
dos principais propósitos do marketing é fazer com que as pessoas falem bem de
suas experiências com as marcas e produtos.
Embora as comunidades sejam mais utilizadas atualmente por empresas de
bens de consumo, especialmente de indústrias como alimentação, beleza e
cuidados pessoais, existe potencial de crescimento em outros setores, inclusive
no mercado B2B, onde o conceito ainda é pouco explorado, mas que pode se
transformar em um ambiente ideal para reunir clientes de diferentes áreas de
negócio e estimular a colaboração.
Cada vez mais as pessoas querem se aproximar de marcas que fazem a
diferença e que se conectam com os clientes de maneira autêntica. Com o avanço
da tecnologia, construir e gerenciar comunidades online ficará mais fácil. Isso
permitirá às empresas criarem espaços seguros e inclusivos, onde seus
consumidores podem se conectar e compartilhar suas experiências.
Na minha opinião, o princípio da economia colaborativa, que vimos
crescer ao longo da última década, se estende ao marketing de comunidades, que
deve ganhar ainda mais espaço em 2024. Com a democratização da IA generativa,
será possível alavancar o uso dos dados compartilhados pelos usuários nas
comunidades para tornar as experiências ainda mais encantadoras por meio de
jornadas personalizadas e divertidas.
A inteligência artificial generativa representa um marco – e certamente
a área de marketing será uma das mais impactadas (no bom sentido) pela
tecnologia, que otimiza melhor o tempo das equipes, aumenta a produtividade e
acelera o potencial criativo de maneira democrática. Se você está considerando
criar comunidades para a sua empresa, recomendo a avaliação de alguns pontos:
- Primeiro
defina qual é o propósito. Lembre-se que mencionei os 4 principais no
início do texto;
- Uma
vez definido o propósito, como você pretende criar a comunidade? Atuará
com sua equipe ou de maneira colaborativa com outras agências e
consultorias?
- Quanto
a minha empresa está disposta a se tornar realmente Customer Centric e
potencializar o marketing one a one?
- De
que maneira quero estar mais próximo do cliente para ouvi-lo, gerar
insights e inovar?
- Quero
potencializar o marketing de comunidades, com um programa de embaixadores
e amantes da minha marca, como um novo pilar de marketing?
*Ecglobal
é uma empresa brasileira de Tecnologia e Marketing que integra o Ecossistema
Haus do Grupo